segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Por que praticamos o Rebatismo?


Algumas denominações questionam os Adventistas pela prática de realizar o que chamamos de “rebatismo”. Alegam eles que esta prática é mais uma “invenção” dos Adventistas, para a qual não existe apoio bíblico.
Será que a Bíblia mostra alguma base para a realização de um “rebatismo”? Ou seria esta uma mera “invenção” herética dos Adventistas do 7º Dia (como os críticos gostam de apregoar)?
Vejamos...

Primeiramente, leia Atos 19:1-7

Nesta passagem está a principal base que os Adventistas encontram para a comprovação de que o rebatismo era praticado pelos apóstolos. Aqui vemos que Paulo chegou a uma determinada cidade, Éfeso, onde encontrou um grupo de cristãos. Ao dirigir-se a eles, o apóstolo descobre que eles ainda não haviam recebido o Espírito Santo, ou não compreendiam do que se tratava este tema.

Paulo achou estranho, e indagou se eles já haviam sido batizados (v. 3). E sua resposta afirma que sim, pois eles haviam sido batizados pelo próprio João Batista. Portanto, fica claro no texto bíblico que estes 12 homens já eram batizados nas águas.
Paulo lhes explica rapidamente a grandeza da obra que Jesus operara, mostrando que João Batista apenas preparou o caminho para a chegada do Messias, e que o batismo que o profeta do deserto realizava não estava completo para a nova experiência cristã (v. 4).
O verso 5 deixa bem claro que Paulo batizou NOVAMENTE aqueles homens, mesmo sabendo que eles já haviam sido batizados por João.
E por que ele fez isso?

Porque aqueles discípulos, apesar de sinceros, não haviam sido batizados com a compreensão total da obra de salvação e de transformação, tanto de Cristo quanto do Espírito Santo. Por isso, Paulo precisou batizá-los outra vez nas águas, pois agora eles já conheciam a verdade “completa”.

É inegável que esta passagem bíblica trate de um rebatismo, e realizado pelo próprio apóstolo Paulo, o que dá um peso bem maior, uma vez que este apóstolo sabia perfeitamente bem que o batismo autêntico é aquele que transforma a pessoa em uma nova criatura, fazendo-a “morrer” para a vida de pecados, e “ressuscitar” para uma nova vida ao lado de Cristo (veja Rom. 6:1-5).

Mas, e a questão de "um só batismo"?

Alguns encontram em Efésios 4:5 uma maneira de questionar a autenticidade do rebatismo, uma vez que Paulo diz ali que há “um batismo” apenas. Mas o contexto da passagem deixa claro que o apóstolo tratava de “um” não no sentido de quantidade, mas sim de autoridade e qualidade. Além do mais, foi ele mesmo que praticou o rebatismo na própria cidade dos efésios, cerca de 8 anos antes (cf. Atos 19:1-7). Ele não poderia se contradizer diante do público que sabia que ele próprio já rebatizara os discípulos de João, o que mostra que Paulo não falava em “quantidade” de batismos (em Efés. 4:5), mas na “autoridade” que o batismo e a fé em Jesus têm sobre a vida do crente.

O Manual da Igreja Adventista do 7º Dia
Uma pessoa que foi batizada por imersão em uma outra denominação cristã, e que toma contato com a mensagem Adventista, aceitando-a e compreendo que a verdade do Senhor lhe foi revelada com mais intensidade, NÃO É OBRIGADA a rebatizar-se para ser aceita como membro da Igreja Adventista do 7º Dia. Veja o que diz o Manual da Igreja (2005), pág. 43:

Tendo como base a aceitação de novas verdades importantes, Ellen White apóia o rebatismo na medida em que o Espírito Santo guia o novo crente a solicitá-lo. Isto está de acordo com o padrão adotado em Atos 19. Indivíduos que passaram anteriormente pelo batismo cristão devem avaliar sua nova experiência religiosa e decidir se o rebatismo é desejável. Não deve haver insistência”.

No livro Evangelismo, pág. 373, Ellen White dá o seguinte conselho sobre este assunto:

[O rebatismo] é um assunto em que cada indivíduo precisa conscienciosamente tomar sua atitude no temor de Deus. Deve ser cuidadosamente apresentado no espírito de benignidade e de amor. Portanto, o dever de insistir não pertence a ninguém senão a Deus; dai-Lhe oportunidade de operar por meio de Seu Espírito Santo na mente, de modo que o indivíduo seja perfeitamente convencido e satisfeito no que respeita a esse passo avançado”.

Veja que não há uma OBRIGAÇÃO de que alguém seja rebatizado, caso já tenha sido batizado por imersão em uma igreja cristã antes, para poder ser aceito como membro da IASD. Caso o novo converso ache que não necessita dessa nova experiência, poderá fazer apenas uma “profissão de fé” diante da Igreja reunida.

Porém, como amigo, eu aconselho a todos nesta situação a considerarem o rebatismo com carinho, pois ele marca a transição entre uma verdade “incompleta” (sem lei, sem sábado, sem sono da morte, sem cuidado com alimentação, sem conhecimento sobre o Santuário celestial, sem estudos das profecias de Daniel e Apocalipse, crendo em um falso dom de línguas, etc.) para uma verdade “completa”, com a compreensão de todos estes importante temas.

Vale a pena!

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