segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O argumento fracassado dos observadores do domingo – Apocalipse 1:10 (Parte 1)

O argumento fracassado dos observadores do domingo – Apocalipse 1:10 (Parte 1)

Os observadores do domingo, em uma tentativa desesperada de defender o indefensável, apelam aos pais da igreja e ao texto de Apocalipse 1:10 para “provar” que o “dia do Senhor” não é o sábado. Leiamos o texto:
“Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta” Apocalipse 1:10.
Eles pecam em duas coisas:
1) Em usar a autoridade dos pais da igreja no lugar da autoridade da Bíblia (Jo 17:17);
2) Em dizer que a expressão grega Kuriakê heméra (Dia do Senhor), utilizada em Apocalipse 1:10, se refere ao primeiro dia da semana.
Vamos analisar a fragilidade dessa argumentação e mostrar que a Bíblia continua sendo a autoridade para o cristão que respeita a Deus e a autoridade de Sua Palavra.
Os pais da igreja
Mesmo tendo sido homens piedosos em suas épocas, não podemos fazer de tais homens nossa autoridade final em assuntos doutrinários. Isso por que “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.” (At 5:29).
Veja no que alguns dos pais da igreja acreditavam e conclua por si mesmo se, em matéria de doutrina, eles são confiáveis 100%. As informações a seguir forma extraídas do livro Subtilezas do Erro (1981):
Inácio dizia que se torna assassino quem não jejua no sábado; defende a transubstanciação, considerando herege quem admite apenas o simbolismo da santa ceia e exalta demais a autoridade do bispo, pondo-a acima da de César, chegando ao cúmulo de afirmar que, quem não o consulta, segue a satanás.
Barnabé (se é que existiu tal personagem), diz que a lebre muda a cada ano o lugar da concepção, que a hiena muda de sexo anualmente, e a doninha concebe pela boca. Afirma que Abraão conhecia o alfabeto grego (séculos antes que tal alfabeto existisse) e alegoriza a Bíblia.
Justino ensinava, entre outros absurdos, que os anjos do céu comem maná e que Deus, no princípio do mundo, deu o sol para ser adorado.
Clemente de Alexandria sustenta que os gregos se salvam pela sua sabedoria; afirma que Abraão era sábio em astronomia e aritmética e que Platão era profeta evangélico.
Tertuliano diz regozijar-se com os sofrimentos dos ímpios no inferno. Afirma que os animais oram. Defende o purgatório e a oração pelos mortos.
Eusébio era ariano (negava a Divindade de Cristo)
Irineu quer que as almas, separadas do corpo, tenham mãos e pés. Defende a supremacia de Roma, alegando que a igreja tem mais autoridade que a Palavra de Deus. Defende ardorosamente o purgatório.
Tais homens são as autoridades doutrinárias dos observadores do domingo, caro leitor! Pasmem! Não foi por acaso que Adam Clarck, comentarista evangélico, disse sobre eles: “Em ponto de doutrina a autoridade deles é, a meu ver, nula” – Clarkes’s Commentary, on Proverbs 8.
A expressão Kuriakê heméra (dia do Senhor) se refere ao domingo?
Só para os desinformados. No grego clássico, realmente a expressão foi aplicada por alguns pais da igreja ao domingo. Entretanto, a Bíblia não foi escrita no grego clássico, mas, no grego koinê (comum, do povo). Por isso, precisamos buscar o significado da expressão no tipo de grego utilizado pelos autores do Novo Testamento. Isso é óbvio demais a ponto de nem ser preciso redigir um comentário desses no presente artigo. Mas, por amor à verdade, é bom deixar tudo bem claro.
Eis algumas evidências de que a expressão grega para “dia do Senhor” (no grego bíblico) não se refere ao primeiro dia da semana:
1) A primeira menção ao domingo como “dia do Senhor” encontra-se num escrito falsamente atribuído a Pedro, chamado “Evangelho Segundo Pedro” (cap. 9:35), datado pelo menos uns 70 a 75 anos após o período que João escreveu o Apocalipse.
Uma pergunta aos dominguistas:
Como João iria se referir ao domingo em Apocalipse 1:10, sendo que a primeira citação como sendo este o dia do Senhor aparece cerca de 70 a 75 anos DEPOIS dele escrever este texto? Impossível!
2) Justino Mártir (ano 150 d.C) quando alude a um costume que se implanta entre os cristãos de sua época a reunirem-se no 1o dia da semana, refere-se a esse dia com a expressão “dia do Sol” e não “dia do Senhor”.
3) O evangelho de João teria sido escrito mais ou menos na mesma década que o Apocalipse e, ao referir-se ao domingo, o apóstolo não o chama de “dia do Senhor”, mas meramente “primeiro dia”. Nenhum título de santidade é dado ao domingo (só na imaginação fértil dos que são contra o quarto mandamento da Lei de Deus)
4) Nem o Pai nem o filho reclamaram o domingo como “SEU” em qualquer sentido. Se seguirmos a lógica dos oponentes (em guardar o domingo por que Jesus ressuscitou no primeiro dia), poderíamos santificar a sexta-feira – o dia da crucificação. Ele não tem menos importância para nós cristãos! Por que não chamar o dia da “ascensão” de “dia do Senhor?” Qual critério bíblico é utilizado para dizer que o momento da ressurreição é mais importante que o dia em que Cristo morreu e subiu aos céus?
6) Toda a vez que o Novo Testamento se refere ao primeiro dia da semana, usa a expressão “primeiro [dia] após o sábado” (Mt 28:1; Mc 16:2; Lc 24:1; Jo 20:1,19; At 20:7; 1Co. 16:2). Ou, “segundo [dia] após o sábado”, etc. Isto dá mais valor ao sétimo dia como ponto central da semana, para os escritores evangélicos. 
 [Continua...]

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